A previdência privada vale a pena? Saiba se deve ou não investir
Seu futuro está em suas mãos. E quando se trata do seu futuro financeiro, é cada vez mais importante pensar em investimentos de longo prazo para garantir renda e tranquilidade nos dias que virão, como é o caso de quem investe em uma previdência privada.
Essa opção de previdência complementar tem se popularizado nos últimos anos e, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), alcançou o patamar de R$ 946,8 bilhões em reservas no ano de 2019. Mas muitos brasileiros ainda não contam com esse tipo de investimento, então fica a questão: previdência privada vale a pena?
A resposta você pode conferir em seguida.
Previdência privada é um investimento de longo prazo
Essa informação parece óbvia em um primeiro momento, no entanto, ela nos permite fazer duas observações importantes em relação à previdência privada valer a pena ou não.
Primeiro, por ser um investimento focado no longo prazo, é preciso ter o comprometimento de fazer as contribuições regulares e deixar o fundo crescer por um bom tempo. Isso porque a previdência privada vale mais a pena para quem pode esperar. Portanto, deve-se ter também investimentos para o curto e médio prazos ao lado dela.
A segunda observação é que a previdência privada, embora mais associada à aposentadoria, pode servir a quaisquer projetos de longo prazo. Uma pessoa pode começar investir aos 20 anos para comprar um imóvel à vista aos 40, por exemplo. Ou pode começar aos 40 já pensando no futuro dos filhos, em uma viagem especial ou outro sonho que tenha.
Esclarecido isso, a previdência privada pode trazer um ótimo retorno financeiro para quem tem disciplina de investir. O patrimônio acumulado ao longo dos anos traz mais estabilidade financeira para seu futuro, além de segurança para realizar os projetos pessoais ou familiares.
Mas se o seu único objetivo é ter uma renda complementar à aposentadoria da previdência pública, pode ficar tranquilo que a previdência privada ainda servirá muito bem às suas necessidades.
Qual plano de previdência privada vale mais a pena?
Como em qualquer outro serviço, debater se a previdência privada vale a pena está bastante relacionado à instituição em que é feito o investimento. De um modo geral, a previdência complementar vale sim a pena. Entretanto, o interessado deve prestar atenção em alguns pontos específicos que podem tornar certo plano menos vantajoso.
Taxas da previdência privada
As taxas da instituição podem impactar o rendimento. Temos entre elas:
- taxa de custódia: valor cobrado pela guarda dos ativos negociados no mercado;
- taxa de carregamento de entrada: valor cobrado sobre cada aplicação do investimento;
- taxa de carregamento de saída: valor cobrado ao fazer o saque do investimento;
- taxa de administração: valor cobrado pela realização do serviço, por parte da instituição.
Agora, um detalhe essencial: nem todas as empresas ou bancos cobram o mesmo percentual de cada taxa, nem todas as instituições cobram essas taxas. Com a maior competitividade no mercado da previdência privada, o consumidor tem acesso a condições cada vez mais facilitadas e pode escolher aquela que melhor preserve o seu investimento.
Categorias PGBL e VGBL
Ao fazer a previdência privada, você deverá escolher entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Mas qual é a diferença entre eles?
Em linhas gerais, o PGBL é para quem tem vínculo com a previdência pública, faz a declaração completa do Imposto de Renda, tem renda alta e deseja abater os aportes no IR até 12% da renda bruta anual tributável. Assim, uma vantagem dele é que a dedução permite investir valores maiores ao longo do tempo.
Por outro lado, o VGBL pode entrar na declaração simplificada do IR e a tributação incide somente sobre a rentabilidade do patrimônio investido.
Regimes de tributação progressivo e regressivo
Além das categorias PGBL e VGBL, o interessado deverá escolher um regime de tributação para o resgate. Ele pode ser progressivo ou regressivo.
No progressivo, a tributação incide sobre a somatória das rendas do investidor, em diferentes patamares. Para quem recebe até R$ 1.903,98, por exemplo, não há tributação. Mas para quem recebe acima de R$ 4.664,68, a alíquota chega a 27,5%.
Já no regressivo, o que conta é o tempo de aplicação do investimento, também em diferentes patamares de tributação. Para quem investe até dois anos, a alíquota é de 35%. No outro extremo, quem investe por mais de dez anos tem uma alíquota de apenas 10%.
Esses três fatores — taxas, categorias e regimes tributários — fazem toda a diferença na hora de planejar a aposentadoria ou outro investimento de longo prazo pela previdência privada. Por isso, é fundamental conversar com um especialista que entenda do mercado como um todo, como a equipe da Torus, para orientar na escolha da melhor solução para seu futuro.
6 motivos para investir na previdência privada
Com tudo isso em mente, podemos mostrar agora por que investir na previdência privada vale tanto a pena. Inclusive, ela compartilha alguns benefícios do seguro de vida.
1) Você no controle da sua renda
Falando agora da aposentadoria, é necessário destacar que a previdência privada traz uma proteção financeira maior, mesmo para quem é contribuinte do INSS. De acordo com o próprio Instituto Nacional do Seguro Social, 83,4% dos aposentados pela Previdência Social recebem menos de dois salários mínimos. Considerando o custo de vida na principais cidades do Brasil e que os aposentados costumam ser os responsáveis pelo sustento do lar, é muito importante complementar a renda com outras fontes.
Entretanto, ainda que o beneficiário ganhe além desse patamar de dois salários mínimos, estará sujeito ao teto do INSS (de R$ R$ 6.101,06 em 2020). Para quem passou a vida recebendo além desse limite e sabe que a idade trará novos gastos, vale investir na previdência privada e estabelecer o quanto você realmente precisa para manter seu estilo de vida.
2) Liberdade de contribuir onde e como quiser
O mercado da previdência complementar costuma ser bastante flexível com relação à forma de contribuir. Por exemplo, você pode fazer os aportes por mês ou por ano, definindo ainda a quantia mais adequada para obter o retorno esperado.
Se encontrar uma instituição com planos mais vantajosos para suas necessidades, é possível transferir seu investimento por meio da portabilidade.
Além disso, pode escolher como deseja receber essa renda futura: por mês, por partes, de uma vez só, de modo vitalício, temporariamente, transferindo-a outros beneficiários em caso de falecimento… São muitas opções!
3) Atende diferentes perfis de investidor
Como outros fundos de investimento, na previdência privada há espaço tanto para aquele investidor mais conservador, com expectativa de rendimento previsível e de baixo risco, quanto para o investidor mais ousado que deseja um retorno maior. Assim, você tem mais escolhas para garantir a melhor renda possível para seu futuro.
4) Dedução do Imposto de Renda
Como comentamos, a previdência privada traz benefícios fiscais. Na categoria PGBL, você pode deduzir as contribuições até 12% da renda bruta anual tributável. Já para quem pretende manter o investimento por mais de dez anos, há uma significativa redução da alíquota do IR no regime tributário regressivo.
5) Investimento livre de come-cotas
Diferentemente de outros fundos de investimento, a previdência privada não tem o temido come-cotas. Para quem não conhece o termo, ele se refere ao pagamento antecipado ao IR sobre a aplicação do investimento, entre 15% e 20% dos lucros. Ou seja, sobra mais para render no fundo da previdência.
6) Transferência para herdeiros sem complicação
Por fim, ainda existe outro benefício fiscal. Caso o titular opte pela transferência do benefício a um dependente por causa de falecimento, essa renda não precisará passar pelo inventário nem terá incidência do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Assim como no seguro de vida, a liberação do saldo aos herdeiros também é rápida.
Tem outras dúvidas sobre os benefícios da previdência privada? Veja como escolher entre previdência pública ou privada, ou então fale direto com a Torus!